Ele é rapidinho e compromete o meu prazer
Fátima Protti fala sobre ejaculação precoce na coluna “Prazer & Sexo”
10/05/2010 18:21
Recebo no meu consultório mulheres que se queixam do parceiro porque o sexo com ele costuma ser muito rápido, e isso compromete a excitação e o orgasmo delas. Muitos casais não se dão conta do problema e, principalmente os homens, tendem a acreditar que esse “funcionamento” é normal. Outros não sabem o que fazer e só consultam um médico quando a relação amorosa se torna insustentável.
A disfunção já é bem conhecida: ejaculação precoce. Ocorre nas situações em que o homem não tem controle ejaculatório durante a excitação.
De acordo com a Academia Internacional de Sexologia Médica, o problema pode ser de grau “leve” (quando o homem chega a penetrar, mas não consegue segurar a ejaculação) ou “severo” (quando a ejaculação acontece antes da penetração ou mesmo na ausência de ereção).
A ejaculação precoce pode acometer homens de todas as faixas etárias, inclusive os jovens, que geralmente não se dão conta da disfunção, talvez pela falta de experiência sexual.
A disfunção pode ser disparada por fatores orgânicos, como problemas neurológicos e cirúrgicos, doenças, e pelo uso de medicações que aceleram a resposta ejaculatória.
Contudo, os aspectos psicológicos e comportamentais são os mais comuns nesses pacientes. Geralmente, esses quadros são acompanhados por grande ansiedade, que pode estar associada a diversos fatores, como: preocupação com o desempenho sexual; sentimento de culpa (sobre a própria sexualidade ou experiência extraconjugal); separações; problemas financeiros; problemas de relacionamentos do casal.
Situações conflitantes durante a puberdade também podem refletir nessa disfunção principalmente quando ocorre a junção de sexo e ansiedade, por exemplo: o adolescente que se masturba rapidamente com medo de alguém chegar ou que transa com pressa por medo de ser surpreendido.
A ejaculação precoce tende a acarretar perdas para o casal. Além dos conflitos e da insatisfação sexual (de ambos), a mulher pode desenvolver disfunções sexuais, tais como: anorgasmia (ausência de orgasmo) ou inibição do desejo sexual.
Deixo a indicação de um livro que poderá ajudá-la a entender o que está acontecendo com seu parceiro. Se ele já procurou um urologista e revelou que não tem nada orgânico está na hora de encorajá-lo a buscar um profissional da área da sexualidade, pois saiba que essa disfunção pode ser tratada a partir de técnicas científicas da terapia sexual.
“Relacionamento, Sexo e Ejaculação.- Como está seu relacionamento afetivo-sexual? Quando ser rapidinho demais atrapalha.” 143 páginas; Editora Iglu, SP,2006.
Autora: Jussania Oliveira